Foi como uma punhalada
Sorrateira, vinda sem saber de onde
Sentiu-se apenas o nó nas vísceras
A falta de ar, o suspiro desesperado
Depois caíram as lágrimas
e sentiu-se o sangue escorrer
Tentou-se estancar, abafar, colocar as mãos
Buscou sozinha compreender o que e onde doía
Nenhum sucesso
No desespero, debateu-se,
tentou gritar, fez barulhos
Quem ouvia, não compreendia
Perdeu-se
A catatonia da dor angustiante
A inércia da impotência
Agora era um vazio, mãos tremulas e soltas
Um olhar cinza e opaco,
seco, sem o brilho de outrora
Um corpo inerte, jogado
Uma alma ferida e distante
Quase que numa projeção astral
Um corpo vazio
Um corte profundo
Uma boca entreaberta
e som nenhum.
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